Semana UEG 2025: Microplásticos encontrados para alterar o microbioma intestinal no primeiro estudo de amostra humana
BERLIM, 6 de outubro de 2025 /PRNewswire/ -- Uma nova pesquisa apresentada hoje na UEG Week 2025 mostra que os microplásticos – partículas de plástico menores que 5 mm comumente encontradas no meio ambiente – podem alterar o microbioma intestinal humano, com algumas alterações que se assemelham a padrões ligados à depressão e ao câncer colorretal.
Este estudo, realizado no âmbito do microONE, um projeto pioneiro do programa COMET Module liderado pelo centro de pesquisa CBmed em colaboração com parceiros internacionais, está entre os primeiros a examinar diretamente como diferentes tipos de microplásticos interagem com o microbioma intestinal humano. Como parte da missão mais ampla da microONE de explorar os efeitos das partículas micro e nanoplásticas no corpo humano, ela oferece novos insights importantes sobre possíveis impactos à saúde e destaca a necessidade urgente de mais investigações.
O estudo usou amostras de fezes de cinco voluntários saudáveis para cultivar culturas de microbioma intestinal ex vivo. Essas culturas foram então expostas a cinco tipos comuns de microplásticos – poliestireno, polipropileno, polietileno de baixa densidade, poli(metacrilato de metila) e tereftalato de polietileno – em concentrações que refletem a exposição humana estimada, bem como doses mais altas para investigar potenciais efeitos dependentes da dose.
Embora as contagens de células bacterianas totais e viáveis tenham permanecido praticamente inalteradas, as culturas tratadas com microplásticos mostraram um aumento consistente e significativo na acidez (níveis mais baixos de pH) em comparação com os controles, indicando atividade metabólica microbiana alterada.
Análises adicionais revelaram mudanças específicas de microplásticos na composição bacteriana, com certos grupos bacterianos aumentando ou diminuindo dependendo do tipo de microplástico. As mudanças foram observadas em várias famílias bacterianas, com a maioria ocorrendo dentro do filo Bacillota – um grupo-chave de bactérias intestinais importantes para a digestão e a saúde intestinal geral.
Essas mudanças na composição bacteriana foram acompanhadas por mudanças nos produtos químicos produzidos pelas bactérias, algumas das quais corresponderam às diminuições observadas no pH. Algumas dessas mudanças refletiram padrões anteriormente ligados a doenças como depressão e câncer colorretal, ressaltando as implicações potenciais da exposição a microplásticos para o risco de doenças.
Refletindo sobre as implicações mais amplas do estudo, o principal autor Christian Pacher-Deutsch comentou: "Essas descobertas são significativas, dada a forma como a exposição aos microplásticos é generalizada na vida cotidiana, com microplásticos sendo encontrados em peixes, sal, água engarrafada e até mesmo na água da torneira".
"Embora seja muito cedo para fazer alegações definitivas de saúde, o microbioma desempenha um papel central em muitos aspectos do bem-estar, da digestão à saúde mental. Reduzir a exposição aos microplásticos sempre que possível é, portanto, uma precaução sábia e importante," concluiu.
FONTE United European Gastroenterology

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