
Apimec MG: Sustentabilidade socioambiental afeta resultados financeiros das empresas
BELO HORIZONTE, Brasil, 1 de março de 2012 /PRNewswire/ -- Antes consideradas como poesia, de interesse apenas para ecologistas, as questões ligadas à sustentabilidade socioambiental hoje são cada vez mais percebidas no mundo dos negócios pela sua capacidade de afetar fortemente reputações das empresas e os seus resultados financeiros. A afirmação foi de Sônia Favaretto, diretora da BM&FBovespa, no II Seminário Internacional de Sustentabilidade Empresarial promovido ontem (29/Fev) em Belo Horizonte pela Apimec MG e pela Cemig, com participação de especialistas de vários países.
(Foto: http://www2.prnewswire.com.br/imgs/pub/2012-03-01/original/595.jpg)
Segundo Favaretto, que coordena o ISE, índice de sustentabilidade da bolsa de valores brasileira, a terceira maior do mundo, os investimentos socialmente responsáveis (SRI) consideram que empresas sustentáveis geram valor para o acionista no longo prazo e estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais, como ocorreu nas duas últimas crises econômicas mundiais. "Essa demanda veio se fortalecendo ao longo do tempo e hoje é amplamente atendida por vários instrumentos financeiros no mercado internacional", disse.
A opinião foi compartilhada por Jvan Gaffuri, da SAM Research AG, instituição suíça com presença global e que abastece com suas análises, entre outros, o índice mundial Dow Jones de sustentabilidade. Para ele, nem sempre, porém, os investidores estão propensos a investir em boas práticas socioambientais, mas as empresas líderes acreditam nessa idéia e por isso mesmo têm mais vantagem competitiva no mercado em que atuam, conseguindo melhor desempenho financeiro e até menor custo para obtenção de capital.
Já a espanhola Blanca Vega, da canadense Sustainalytics, disse que as análises de sustentabilidade são consideradas indispensáveis pela maioria dos fundos de pensão e fundos de investimento na Europa. Elas extrapolam o universo das bolsas de valores, abrangendo também os países onde se situam, pois os investidores europeus sabem que as empresas podem ser bastante afetadas por políticas e regulações governamentais relativas a meio ambiente, práticas trabalhistas, mudanças climáticas, cadeia de suprimentos, entre outros fatores.
Richard Vögeli, da Fondation Guilé (Suiça), fundada por ex-empresários do setor de tabaco, afirmou que a sua instituição tem investido em projetos socioambientalmente responsáveis no Brasil e que o importante é que as organizações relatem sempre as suas práticas, balisando e abastecendo com informações confiáveis os responsáveis pelas decisões de investimento. Completou que a integridade empresarial ("fazer o que se fala") é indispensável perante a sociedade e um fator decisivo para conseguir a lealdade dos empregados e atrair os melhores talentos. "Questões públicas não tratadas de forma transparente se tornam crise e afetam a liberdade decisória das companhias", disse.
Carlos Eduardo Lessa Brandão, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, questionou a proliferação de índices existentes em todo o mundo para medir "ratings" de sustentabilidade empresarial que, segundo ele, já passam de uma centena. O representante do IBGC considerou necessário haver uma convergência das metodologias atualmente empregadas para que as métricas possam se tornar mais transparentes e mais tangíveis as avaliações feitas pelos analistas.
Wilson Renato Pereira
Jornalista/Psicólogo/Psicanalista
W/Imagine Comunicação
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FONTE Apimec MG
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