Telemedicina ganha força na pandemia
O que já é realidade da China aos Estados Unidos ainda engatinha no Brasil mas cresceu com a pandemia
SÃO PAULO, 10 de julho de 2020 /PRNewswire/ -- A tecnologia atinge o mercado de maneira transversal. São diversas as indústrias que já foram transformadas pelo avanço do campo digital, o setor do audiovisual ainda se adapta ao streaming, assim como é o caso da música, a produção de conteúdo se tornou mais democrática e são inúmeras as narrativas apresentadas, consumidas e compartilhadas, os restaurantes ainda se adequam aos aplicativos de entrega, entre muitos outros casos. O mercado financeiro a cada dia que passa dispensa cada vez mais o presencial, não só a dinâmica de agências bancárias, mas também na esfera da bolsa de valores que não é mais composta por um grande volume de corpos ao telefone gritando, pois no toque de um aplicativo se compra e vende ativos financeiros.
A medicina no Brasil, porém, continua como uma área de caráter mais analógico. Entre consultas médicas, devolutiva de exames, monitoramento de pacientes e outros eventos que compõem seu funcionamento, o setor tem ainda um caráter hegemonicamente analógico — o que não é a realidade de muitos outros países que são potências na área da saúde.
O empresário Edson Hydalgo Júnior, fundador da distribuidora de valores Intrader DTVM analisa que a tecnologia tem o potencial de favorecer o cliente pois dá mais conforto e mais opções para o consumo — gerando bem estar e conectividade. "Me parece que esse aumento na possibilidade de conexão, que abrange o mundo inteiro, essa dinâmica aplicativos e de poder resolver muito dos nossos afazeres na palma das mãos é algo extremamente benéfico. Na hora de consumir é mais fácil para fazer uma breve pesquisa e se informar. Quem mais tem que correr atrás são as empresas que precisam estar sempre atualizadas, é uma competição saudável e quem ganha com competitividade é sempre o cliente ou o consumidor", analisa.
No entanto, pondera que no âmbito digital os usuários precisam de um pouco mais de cuidado, pois se há estelionato no campo analógico, o espaço cibernético tem contornos de maior complexidade. "Tem muita opção e os aproveitadores vão se beneficiar disso também. Por isso é sempre importante checar de onde vem a informação ou, no caso dos serviços, quem é que você está contratando. Sempre que for fazer algum cadastro, o usuário precisa ter certeza de que aquele espaço é seguro, se não depois tem que correr atrás do prejuízo. Melhor ter trabalho antes do que depois", complementa.
A imposição da Telemedicina parece cada vez mais próxima da realidade e talvez tenha chegado a hora desse setor ser transformada pela tecnologia. A medicina já passou por essa mudança em diversos países do mundo, inclusive em polos ideológicos opostos como é o caso, por exemplo, da China e dos Estados Unidos. Por mais que exista uma certa mística em torno da figura do médico que conhece as alergias, aflições, a própria história de vida do paciente, a Telemedicina tem um potencial de otimizar o cotidiano tão forte que pacientes, médicos e empresas do setor parecem ter muito a ganhar.
No Brasil, o setor ainda é incipiente mas vem crescendo. Atualmente apenas seis Universidades em território nacional oferecem a especialização em Telemedicina. Como é o caso em diferentes setores da economia, as tecnologias disruptivas têm sido capitaneadas pelo próprio mercado também na medicina, com planos de saúde e startups forçando o governo e a academia a prestarem atenção em novas possibilidades.
Logo no início da crise do novo coronavírus no Brasil, no dia 19 de março, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou em caráter provisório a Telemedicina com a urgência provocada pelo vírus, porém não contemplou as chamadas teleconsultas — quando uma consulta médica é realizada de modo virtual. Porém, com o agravar e o prolongamento da crise, tanto o CFM quando o Ministério da Saúde se viram pressionados para regularizar as teleconsultas, inclusive permitindo aos profissionais receitar remédios e emitir atestados na esfera digital, mesmo que em caráter emergencial.
É uma tecnologia que veio para ficar? O empresário Edson Hydalgo Júnior entende que ela foi crucial durante a pandemia mas que, como é de costume do setor financeiro, um episódio deve sempre ser visto com cautela e analisado com frieza. Não é saudável — e nem rentável — se precipitar numa leitura em tempos de crise. "A telemedicina parece ser uma tendência internacional, na crise do Covid-19 a gente viu que as pessoas ficaram com medo de ir no hospital se tratar. Além do próprio vírus, esse receio de ir ao médico também foi muito problemático, então a teleconsulta, por exemplo, funcionou muito bem. Por outro lado, temos que ver se é uma medida de emergência ou se realmente veio para ficar e só o tempo vai deixar isso claro", explica.
A indústria do bem estar e do cuidado pessoal já está avaliada em cerca de 400 bilhões de dólares nos EUA, de acordo com a empresa de pesquisas de tendências WGSN. O conforto de resolver tudo do sofá de casa tem transformado a experiência da sociedade com a saúde também. Nos EUA já existem aplicativos que permitem o agendamento de uma consulta em casa, outros em que se digitaliza uma receita médica e o remédio é enviado para casa, até mesmo o envio de produtos que podem causar constrangimento para alguns — envolvendo a saúde sexual e a calvice por exemplo — também podem ser adquiridos e recebidos com discrição em casa.
A Telemedicina tem ganhado força e se discute até mesmo uma operação realizada por um robô que é controlado por um médico à distância. Para o brasileiro isso tudo ainda pode assustar, é uma novidade com diversas camadas e possibilidades, mas que pode ser impulsionada pelos resultados positivos gerados na crise do novo coronavírus.
FONTE Edson Hydalgo Junior
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